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sexta-feira, 1 de março de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Provérbio

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, no final, um provérbio de 4 palavras nas Horizontais. Assinale-o.


                                                MagnoAmadora

HORIZONTAIS: 1 – Assaz; Estrema. 2 – Brama; Vigas. 3 – Sujeita; Grande quantidade [popular]. 4 – Alegria; Toca. 5 – Decifravam. 6 – Gorjetas [Brasil, popular]; Bagatela. 7 – Pronunciado. 8 – Muna de asas; Anseia [figurado]. 9 – Pernada; Sigla de Aluguer Operacional de Viaturas. 10 – Descompostura [coloquial]; Prudência. 11 – Classe sacerdotal; Alternativas.

VERTICAIS: 1 – Macho; Velhice [figurado]; Sigla de British Broadcasting Corporation. 2 – Flagela [figurado]; De bronze. 3 – Indignas; Admirador; Obra. 4 – Símbolo de telúrio; Interjeição que exprime espanto; Ave de rapina diurna, da família dos Accipitrídeos…. 5 – Ermo. 6 – Tareia [popular]; Engano [figurado]. 7 – Brote. 8 – Corrige [figurado]; Remoinho de água [regionalismo]; Como. 9 – Aclama; Descalço; Fundamento [figurado]. 10 – Risonha; Giba. 11 – Ala [Arquitectura]; Símbolo de hólmio; Partes.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.


Aceito respostas até dia 25 de Março, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Augusto Abelaira

"Quatro Paredes Nuas" é o título de uma obra do escritor português Augusto Abelaira (1926-2003), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Fevereiro de 2024.

A notícia surgiu ao princípio da manhã do passado dia 24, inesperada, cruel, malvada e sem contemplações com nada nem com ninguém. O Manuel Ramos (uma relação quase umbical desde os 10 anos) partiu para a longa viagem e caminha agora em direção ao Sol.  Até um dia, querido Manel.

                                                
                                              José Bento │Amadora

Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal;Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.

Até ao próximo "devaneio"!?

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Veio o estio, Cacilda!

 Um bocadinho fora de tempo, mas não resisto, Cacilda!



Chiar de bois,
milho amarelo,
suor na gente,
sestas na terra,
poços sem água,
os dias grandões!

Veio o estio, Cacilda!

Leva ao monte o almoço do teu home
e beija-lhe a testa suada
se ainda souberes!

Olha o campo doirado,
as espigas inchadas,
os pássaros no figo,
os moscardos no gado,
os meninos despidos!

Veio o estio, Cacilda!
Guarda o sono para o inverno
que é preciso encher o lar!
Fernando Namora

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Augusto Abelaira

Este mês, o AlegriaBreve homenageia Augusto Abelaira, professor, romancista, dramaturgo, tradutor e jornalista português. Nasceu em Ançã (Cantanhede), a 18 de Março de 1926.

Estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas. Depois disso, Augusto Abelaira foi professor e jornalista, tendo trabalhado em vários jornais e revistas. Consagrou-se ainda à tradução e foi director de programas da RTP, em 1977 e 1978, das revistas "Seara Nova "e "Vida Mundial" e, ainda, presidente da Associação Portuguesa de Escritores.

Como romancista, e também dramaturgo, Augusto Abelaira projectou na sua obra uma forte consciência geracional, agudizada sempre que o escritor equaciona tempos de passagem e de confrontação ética, histórica e política. 

Autor situado numa segunda geração neorrealista, incutiu ao romance de intenção social uma dimensão de autocrítica geracional, tornando mais complexos os processos de representação da realidade.

A 9 de Junho de 1997, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant´Iago da Espada. Morreu em Lisboa, a 4 de Julho de 2003.

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, a final, o título (3 palavras nas horizontais) de uma obra do escritor português Augusto Abelaira (1926-2003).


      José Bento │Amadora

HORIZONTAIS: 1 - Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de verde-claro; Quaderna. 2 – Interjeição que exprime contentamento; Anatos. 3 - Greves; Vede. 4 - Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de burro; Passados; Irrequieta. 5 - Atiça; Palavra que, no dialecto provençal, significava sim. 6 – Bem-feita; Acena. 7 - Prefixo de origem latina que exprime a ideia de separação; Rebento. 8 - Prefixo que exprime a ideia de oposição; Fortifica; Aprecia. 9 - Tudo o que é normal e acessível a todos, que não está limitado por qualquer tabu [São Tomé e Príncipe]; Analogias. 10 - Piratarias; Verdadeiras. 11 – Sossego [figurado]; Pirose.

VERTICAIS: 1 - Variedade de maçã; Amesenda. 2 - Designativo da égua de pelo branco com malhas escuras e redondas [plural]; Aumento súbito de algo. 3 - Assentes; Rasga. 4 - (Ave) feche parcialmente (as asas) para descer mais depressa; A mesma coisa; Símbolo de estanho. 5 – Mulher formosa [figurado]; Práticas. 6 - Jeiteira; Frio [coloquial]. 7 – Misantropo [coloquial, pejorativo]; Navegam [figurado]. 8 - Interjeição que exprime dor ou mal-estar; Galga; Sufixo nominal que ocorre em susbsatntivos que designam substâncias químicas9 - Sigla de tricloroetileno; Antiga embarcação ligeira, a remos, usada nos mares insulindianos [Náutica, História]. 10 - Estragado; Escolhei. 11 - Cavername; Queima.

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.


Aceito respostas até dia 25 de Fevereiro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Luís de Camões

"As armas e os barões assinalados" é o primeiro verso de uma estrofe do Canto I de "Os Lusíadas", do poeta português Luís de Camões (1524-1580), pedido com a resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, referente ao mês de Janeiro de 2024.

Deixo-vos com o poema "Camões dirige-se aos seus contemporâneos", de Jorge de Sena, o qual vai de encontro de algum modo, em minha opinião, àquilo que se pretendeu transmitir no texto introdutório ao problema do mês.

Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E mesmo será meu,
tido por meu, contado por meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
que um vosso esqueleto há-de ser buscado,
para passar por meu. E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.

Jorge de Sena, Assis, 11/6/1961


Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; Donanfer II, El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Odemi; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.

Até ao próximo "devaneio"!?

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Devaneios cruzadísticos │ Luís de Camões

Está em preparação o programa oficial para as comemorações do quinto centenário do nascimento de Luís de Camões, a celebrar de 12 de Março de 2024 a 10 de Junho de 2025. O AlegriaBreve, ao iniciar este ano de 2024, aqui está para assinalar este importante acontecimento.

Luís Vaz de Camões (1524?-1580) é considerado o poeta dos Descobrimentos, mas a sua obra só foi reconhecida após a sua morte. “Teve uma vida repleta de dificuldades” e a sua biografia também não é muito conhecida, de tal modo que, à sua volta, permanecem algumas “lendas”, como o local do seu nascimento (Chaves ou Lisboa, sendo que a tese por Alenquer está definitivamente abandonada), a perda de um olho em Ceuta, a sua estada em Macau e os naufrágios de que foi vítima, entre outras peripécias.

Assim, são conhecidas várias versões sobre a sua vida.

Fidalgote? Namoradeiro de princesas? Um tal José Maria Rodrigues, ainda que reconhecido camoniano, até inventou a história com a Infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel I.

Ou, pelo contrário, uma vida desgraçada, como o poeta descreveu num soneto célebre: «O dia em que nasci moura e pereça/..../Que este dia deitou ao Mundo a vida/Mais desgraçada que jamais se viu!»?

Aqui, é apresentada a segunda versão, por acharmos ser aquela que se mostra mais fidedigna, feita a partir da interpretação da sua obra.

Muitas vezes, ao ler, pensamos «que quis ele dizer?». Então, é assim.

Terá nascido perto de Chaves, na aldeia Vilar de Nantes. Sabe-se ao certo que Camões não era fidalgo. Jovem veio para São Martinho do Porto no Bispado de Coimbra e, como escudeiro, posto ao serviço de um fidalgo, Francisco de Noronha, futuro 2º Conde de Linhares.

A patroa era Violante de Andrade. Francisco de Noronha foi embaixador em Paris. Camões apaixonou-se pela ama (=mulher do amo). Quem o diz, segundo consagrados biógrafos de Camões, é a Canção X. Descoberta a paixão, Camões foi expulso da casa. Depois, andou pelo Algarve e Norte de África, a perseguir os corsários. Aqui perdeu um olho.

Esteve preso na cadeia do Tronco, em Lisboa, depois de uma rixa, em que feriu um criado do Paço, Gonçalo Borges. Saiu da cadeia directamente para a Índia, onde esteve 16 anos.

Aqui foi perseguido pelos Noronhas. Por sorte, foi protegido por Francisco Coutinho, inimigo dos Noronhas. Camões agradeceu o favor com o episódio do "Magriço", em "Os Lusíadas", na figura de Álvaro Gonçalves Coutinho, ascendente de Francisco Coutinho.

Foi para Macau, como provedor dos órfãos, em comissão de serviço de 3 anos. Não tinha direito a fazer casa em Macau. Gruta de Camões. Lenda? Verdade? Sabe-se que era proibida a construção de casas no território de Macau. A sua casa era debaixo de um penedo, a lendária gruta. São os padres jesuítas que nos falam dos "penedos de Camões".

Terminada a comissão em Macau (1553-1556), regressou a Goa. Naufragou na foz do Rio Maconde. Perdeu a caixa com o dinheiro e as contas. Foi perseguido pelo Governador que era um Noronha. "Injusto mando", diz ele num poema. Vem para Lisboa, onde tinha que ser julgado. Passou pela Ilha de Moçambique, onde Diogo do Couto o encontrou em 1568, "tão pobre que comia de amigos".

Os últimos anos de Camões foram amargurados pela doença e pela miséria. Reza a tradição que se não morreu de fome foi devido à solicitude do escravo Jau, trazido da Índia, que ia de noite, sem o poeta saber, mendigar de porta em porta o pão do dia seguinte. 

Morreu em Lisboa a 10 de junho de 1580, sendo o seu enterro feito a expensas de uma instituição de beneficência, a Companhia dos Cortesãos. Um fidalgo letrado, seu amigo, Francisco Coutinho, mandou inscrever-lhe na campa rasa um epitáfio significativo: "Aqui jaz Luís de Camões, príncipe dos poetas do seu tempo. Viveu pobre e miseravelmente, e assim morreu."

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, a final, o título (6 palavras nas horizontais) de um verso do Canto I de "Os Lusíadas", do poeta português Luís de Camões (1524-1580).

HORIZONTAIS: 1 – Aquelas; Terreno húmido para cultura [Angola]; Grande quantidade [figurado]. 
2 – Condiga; Nada; Lado do navio de onde vem o vento [Náutica]. 3 – Consertadas. 4 – Meios; Buraco cavado pela água nos penedos de rios ou ribeiros. 5 – Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança; Trapeiros. 6 – Prova; Troce; Aqueles. 7 – Título nobiliárquico inferior ao de visconde [plural]; Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de agente. 8 – Mas; Cume. 
9 – Ilustres [figurado]. 10 – Interjeição usada para interromper; Mata; Sem juízo [figurado]. 11 – Sufixo nominal, de origem grega, que exprime a ideia de doença; Fecha [Guiné-Bissau]; Símbolo de ósmio.

VERTICAIS: 1 – Medonhas; Rumor. 2 – Usar; Comédias [figurado]. 3 – Ruminaras. 4 – Aquele; Passar. 5 – Causas; Folgas. 6 – Ar; Queixas; Pão [Moçambique]. 7 – Exclamação que indica ordem de desvio; Laço para caçar perdizes. 8 – Sigla de Ordem dos Advogados; Interjeição que exprime surpresa [Brasil]. 9 – Magoado. 10 – Mudos; Púcaro [regionalismo]. 11 – Alegria [figurado]; Valentes [figurado].


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Aceito respostas até dia 25 de Janeiro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Devaneios cruzadísticos │ Urbano Tavares Rodrigues

"Bastardos do Sol" é o título (3 palavras) de uma obra do escritor português Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013), pedido com a resolução do passatempo de Palavras-Cruzadas, referente ao mês de Dezembro de 2023.


Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.

Até ao próximo "devaneio"!?

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Os 2 amores de Manuel António Pina

Quando eu era criança, o Natal entristecia-me. A desusada agitação dos adultos, a mãe metida na cozinha, o cheiro a fritos (as filhoses, as rabanadas, os sonhos) pela casa, as prendas, que me pareciam apenas uma rotina cabisbaixa (e porquê não poder abri-las antes da meia-noite?), o desolador menu da ceia (bacalhau!, eu que imaginava a felicidade sob a forma de um bife com batatas fritas!), tudo me fazia detestar o Natal. 

Só a construção do presépio me animava; com musgo e com algodão em rama imaginava campos e colinas cobertos de neve; um sinuoso caminho de serradura subia até à gruta, onde o Menino jazia deitado num ninho de pintarroxo (ainda hoje o tenho, a esse ninho); a vaca e o burro eram desproporcionados em relação ao tamanho do Menino, mas os meus pais sempre se recusaram a comprar outros; e o Rei Mago preto tinha-se partido noutro Natal e, no seu lugar, estava agora um jogador do Sporting, com bola e tudo!

Como a infância, o Natal é algo que só podemos ter quando o perdemos. Quando somos crianças, o Natal é próximo de mais, e real de mais, para ser verdadeiro. Só a memória (e a memória construímo-la como construímos um presépio: com pedaços) o torna verdade. E só a memória nos permite saber, enfim, algo essencial: que o Menino da manjedoura éramos nós.

Manuel António Pina,  Ao Natal Chega-se Partindo, JN, 23/12/2005


Este texto dá-nos a saber (por isso o escolhi) que o poeta Manuel António Pina, para além de gostar muito de gatos, era simpatizante do Sporting.

Não concluiria, sem mais, por esta simpatia clubista do poeta que muito amamos - que não tem nada de especial - se não tivesse tido a oportunidade de a confirmar por outra via. Não é um mero palpite, portanto.

A história é contada por Germano Silva, o homem que mais sabe da história da cidade do Porto, com livros publicados, guia turístico, para além de ilustre jornalista. 

Germano Silva um portista convicto, Manuel António Pina, sportingusita desde menino, do tempo em que ele fazia o presépio pelo Natal em casa de seus pais, no Sabugal.

Eram grandes amigos, apesar ao amor clubista que os separava. Um pormenor que não beliscava em nada a amizade que existia entre eles. Bonito!

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Sem eira nem beira

Está vendo essas três camadas de telhas? Elas se chamam Eira, Beira e Tribeira, respectivamente, de cima para baixo. Antigamente, quem tinha as três fileiras eram os mais ricos, quem tinha duas era mais ou menos e quem tinha uma era pobre, sem recursos. Daí vem a expressão "Sem eira nem beira" !



sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Devaneios cruzadísticos │ Urbano Tavares Rodrigues

Para terminar em beleza este ano de 2023, o AlegriaBreve assinala mais um centenário do nascimento de um grande escritor da Língua Portuguesa, o escritor Urbano Tavares Rodrigues. Nasceu na cidade de Lisboa, em 6 de Dezembro de 1923.

Passou a infância e a adolescência na região do Alentejo,tendo frequentado a escola primária em Moura e, anos mais tarde, tirou a licenciatura em filologia românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Urbano Tavares Rodrigues não é apenas o grande escritor do Alentejo, das suas gentes e das suas paisagens, é também o romancista e contista de Lisboa e de outras atmosferas cosmopolitas que, como jornalista e professor universitário, bem conheceu, viajando por todo o mundo.

Urbano Tavares Rodrigues, que foi afastado do ensino universitário durante as ditaduras de Salazar e Caetano, participou activamente na resistência e foi preso e encarcerado por várias vezes nos anos sessenta.

Catedrático jubilado da Faculdade de Letras de Lisboa, membro da Academia das Ciências, tem uma obra literária e ensaística muito vasta e traduzida em inúmeros idiomas, do francês e do espanhol ao russo e ao chinês. Obteve diversos prémios, entre eles o de Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, o prémio Fernando Namora, o Ricardo Malheiros da Academia das Ciências, etc.

Em 6 de Agosto de 2013, foi internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde faleceu três dias depois, aos 89 anos de idade.

Estava casado com Maria Judite de Carvalho (1921 - 1998), que foi igualmente uma ilustre escritora portuguesa, condecorada pelo Estado português.

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, a final, o título (3 palavras nas horizontais) de uma obra do escritor português Urbano Tavares Rodrigues (1923-2013).

HORIZONTAIS: 1 – Partida; Giros. 2 – Ira; Adivinhai. 3 – Enlace; Sigla de Banco de Portugal; Grande quantidade de (coisas) [popular]. 4 – Difícil; Sinceros; Culpada. 5 – Prova; Antiga moeda portuguesa, do valor de 4800 réis [plural]. 6 – Espúrios. 7 – Devastações; Sopro. 8 – Mais [antiquado]; Lendas; Contracção de D + o. 9 – Modo [figurado]; Resplendor [figurado]; Preposição que designa privação. 10 – Próximo; Decorrido (o tempo). 11 – Empregos [Angola]; Coriscos.

VERTICAIS: 1 – Deita; Roças. 2 – Dificuldade [figurado]; Fofa. 3 – Levante; Procede; Muitos [figurado]. 4 – Explica; Veio da madeira; Dente queixal [regionalismo]. 5 – Redondeza; Espécie de bigorna de cuteleiro. 6 – Pessoa ou coisa muito grande. 7 – Inferior; Cheiro. 8 – Sufixo nominal, de origem latina, que exprime a ideia de semelhança; Cerdas; Ministra. 9 – Oferecer; Luto; Parte. 10 – Idolatras; Aptidão [figurado]. 11 – Essências; Zombarias [figurado].

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quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Misericórdia



Acabei de ler "Misericódia" de Lídia Jorge, que muito apreciei e me tocou pela sua actualidade

Em abril de 2020, a mãe de Lídia Jorge, Maria dos Remédios, faleceu de Covid-19. Vivia na Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime. Antes, tinha-lhe deixado um pedido: que escrevesse um livro intitulado “Misericórdia”. A ideia, à partida, seria refletir sobre o fim da vida.

Bela escrita e muito humana personalidade! E estou contente com os merecidos prémios com que a têm galardoado.


domingo, 26 de novembro de 2023

Devaneios cruzadísticos │ Mário-Henrique Leiria

"Lisboa ao voo do pássaro" é o título (4 palavras) de uma obra do escritor português Mário-Henrique Leiria (1923-1980), pedido com a resolução do passatempo de Palavras-Cruzadas, referente ao mês de Novembro de 2023.

Deixo-vos este poema do nosso homenegeado, que o emérito recitador Mário Viegas declama (clique Aqui )

A Nêspera

Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia

chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a

é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece

Mário Henrique Leiria, em “Novos Contos do Gin


Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Elvira Silva; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Seven; Socrispim; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.

Até ao próximo "devaneio"!?

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

É-se feliz na Austrália?

Hoje, pela primeira vez, ouvi na rtp2 este poema, declamado por João Reis.

"É-se feliz na Austrália, desde que lá se não vá.". Não podia estar mais de acordo. À Pessoa!


OXFORD SHORES


Quero o bem, e quero o mal, e afinal não quero nada.

Estou mal deitado sobre a direita, e mal deitado sobre a esquerda

E mal deitado sobre a consciência de existir.

Estou universalmente mal, metafisicamente mal,

Mas o pior é que me dói a cabeça.

Isso é mais grave que a significação do universo.


Uma vez, ao pé de Oxford, num passeio campestre,

Vi erguer-se, de urna curva da estrada, na distância próxima

A torre-velha de uma igreja acima de casas da aldeia ou vila.

Ficou-me fotográfico esse incidente nulo

Como uma dobra transversal escangalhando o vinco das calças.

Agora vem a propósito...

Da estrada eu previa espiritualidade a essa torre de igreja

Que era a fé de todas as eras, e a eficaz caridade.

Da vila, quando lá cheguei, a torre da igreja era a torre da igreja,

E, ainda por cima, estava ali.


É-se feliz na Austrália, desde que lá se não vá.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Devaneios cruzadísticos │ Mário-Henrique Leiria

Evocamos mais um centenário do nascimento de um escritor da Língua Portuguesa. E, meus amigos, vai ser assim até ao final do ano de 2023. Como temos salientado, o ano de 1923 foi muito fértil no aparecimento de grandes talentos.

Neste mês, homenageamos Mário-Henrique Leiria, que foi um ilustre poeta, escritor, tradutor, pintor, crítico de arte e editor português. Nasceu em Lisboa a 2 de Janeiro de 1923.

Destacou-se no panorama artístico e literário português do século XX ao tomar parte das actividades do Grupo Surrealista Dissidente, ao lado de Mário Cesariny, Cruzeiro Seixas e outros, tendo participado nas duas exposições colectivas de 1949 e 1950. 

Mário-Henrique Leiria teve desde cedo uma ligação conturbada com o Estado Novo: foi preso várias vezes ao longo da vida, tanto em Portugal como posteriormente no Brasil, para onde se autoexilou em 1961 e de onde regressou mais tarde, nos anos 70.

Morreu  no dia 9 de Janeiro de 1980, em Lisboa, em casa da mãe para onde tinha voltado, vítima de uma doença óssea degenerativa. Tinha 57 anos. 

Ficaram para a posteridade e para glória da literatura iconoclasta portuguesa Os Contos do Gin-Tonic (1973) e Os Novos Contos do Gin (1974). São considerados incontornáveis marcos da literatura surrealista.

Convido os meus amigos a solucionar este passatempo de Palavras-Cruzadas e encontrar, a final, o título (5 palavras nas horizontais) de uma obra do escritor português Mário-Henrique Leiria (1923-1980).



HORIZONTAIS: 1 – Curral de porcos; Variedade de alface [Botânica]. 2 – Vantagem; Honreis. 3 – Contracção de a + o; Criam. 4 – Espevitadas [figurado]; Abreviatura de folha. 5 – Saudar; Prefixo que exprime a ideia de separação; Aspiração [figurado]. 6 – Segue cegamente a opinião de outrem; Consentimento. 7 – Interjeição que exprime a ideia de enfado [Angola]; Porque [arcaico]; Longe. 8 – Então; Mentira [Brasil, coloquial]. 9 – Enche; Contracção de d + o. 10 – Espertalhão; Suavidade [figurado]. 11 – Casa; Pesado.

VERTICAIS: 1 – Mato; Esconda. 2 – Indigno; Boa sorte inesperada [coloquial]; Pessoa notável na sua especialidade [figurado]. 3 – Luto; Cara [popular]; Sigla de Cuidados de Saúde Primários. 4 – Rasto; Vigor [Angola]. 5 – Preposição que designa tempo; Abates. 6 – Imbecil; Retesa. 7 – Liga; Uno. 8 – Badalas; Pessoa chata [Brasil, coloquial]. 9 – Muito; Sentinela; Imoral. 10 – Interjeição que exprime espanto [Brasil]; Avidez; Bater. 11 – Agasalho [figurado]; Juízo [figurado].

Clique Aqui para abrir e imprimir o PDF com o passatempo.


Aceito respostas até dia 25 de Novembro, inclusive, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes. 

Vemo-nos por aqui?

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Devaneios cruzadísticos │ Guerra Junqueiro

"Os Simples" é o título (2 palavras) de uma obra do poeta português Guerra Junqueiro (1850-1923), pedido com a resolução do passatempo de Palavras-Cruzadas, referente ao mês de Outubro de 2023.


Recebi respostas de: Alabi; Aleme; António Amaro; Antoques; Arjacasa; Bábita Marçal; Caba; Candy; El-Danny; Filomena Alves; Fumega; Gilda Marques; Homotaganus; Horácio; Jani; João Carlos Rodrigues; Joaquim Pombo; José Bento; José Bernardo; Juse; Mafirevi; Magno; Manuel Amaro; Manuel Ramos; Maria de Lourdes; My Lord; Neveiva; Olidino; Paulo Freixinho; PAR DE PARES; Reduto Pindorama (Agagê, Joquimas e Samuca); Ricardo Campos; Rui Gazela; Russo; Sepol; Seven; Socrispim; Solitário; Somar; TRIO SUL-MINAS (Crispim, Loanco e O. K.), Virgílio Atalaya e Zabeli.

A todos, obrigado.

Até ao próximo "devaneio"!?