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domingo, 10 de fevereiro de 2013

O percalço do poeta João Luís Barreto Guimarães


A Revista do jornal “Público”, de hoje, traz uma longa entrevista de Anabela Mota Ribeiro aos poetas Jorge Sousa Braga e João Luís Barreto Guimarães. Para além de poetas, são médicos: o primeiro, é ginecologista e obstetra; o segundo, é cirurgião plástico e reconstrutivo. Ambos vivem no Porto. Têm um blogue e partilham livros e autores ignotos, verdadeiros tesouros. 

Conheci o poeta João Luís Barreto Guimarães o ano passado na Feira do Livro de Lisboa. Trouxe para casa, autografado, o seu livro “Poesia Reunida”. Foi pela boca dele que ouvi, pela primeira vez, o poema “A Hora do Lanche” de Manuel António Pina. O lanche era na casa do poeta Eugénio de Andrade, quando este se encontrava já muito doente: Na mão da Ana o iogurte não/iluminava, escurecia,/comunhão ajoelhada/no fundo do coração do dia. Começa assim o poema.

Pois, eu não sabia, mas o poeta João Luís Barreto Guimarães é cirurgião plástico e reconstrutivo. Só espero que, quando ele estiver a meio de uma operação, não aconteça o que lhe sucedeu a meio da escrita deste texto: 

Decidi escrever este texto com o lápis muito afiado. Mas de cada vez que roubo palavras à grafite, esta torna-se mais densa e vejo-me obrigado a parar, sob pena de não conseguir cumprir o objectivo. 
O lápis, já de si, não é lá muito comprido. Na verdade já nem consigo segurá-lo bem entre os dedos. De duas em duas palavras, vejo-me a interromper a escrita para o poder aguçar. A continuarmos assim, pode muito bem dar-se o caso de, dentro de poucas palavras, eu já não ter mais lápis pa 

João Luís Barreto Guimarães, in Poesia Reunida

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