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terça-feira, 30 de julho de 2013

O último cabalista de Lisboa


Li desenfreadamente “O Último Cabalista de Lisboa”, de Richard Zimler. O livro fala-nos do massacre de Lisboa de Abril de 1506, onde cerca de dois mil cristãos-novos, os judeus forçados à conversão ao cristianismo em 1497, perderam a vida nesses motins, muitos deles queimados no Rossio. Uma multidão perseguiu, torturou e matou centenas de judeus, acusados de serem a causa de uma seca, fome e peste que assolavam o país. Isto sucedeu antes do início da Inquisição e nove anos depois da conversão forçada dos judeus em Portugal, durante o reinado do Rei D. Manuel I.

Foi assim que tudo começou, segundo as palavras do narrador:

[…] Foi na igreja dos Dominicanos. Um crucifixo com um buraco escavado e tapado com um espelho. Os frades puseram por trás uma candeia acesa e começaram a dizer a todos que a luz era um sinal do Nazareno, um milagre. Há cerca de uma hora um cristão-novo, o alfaiate Jacob Chaveirol (…) começou a dizer que era muito melhor que Cristo nos desse chuva em vez de lume! (…) E depois mataram-no à pancada. Abriram-lhe a barriga e arrancaram-lhe o... Dois padres apelaram aos fiéis para que matassem os judeus. Mataram Isaac, o irmão dele. Fizeram-no em pedaços. A cabeça que está no campanário é a dele. Os marinheiros do Norte deram dinheiro para se fazer uma pira de lenha [... ].

Richard Zimler reescreve a história de Berequias Zarco sob a forma de um mistério, aproximando-se da narrativa policial, usando, para o efeito, uma linguagem coloquial, a partir de manuscritos encontrados na cidade de Istambul, em 1990. 

O personagem principal, Berequias Zarco, o próprio narrador, é um jovem inteligente e confuso, que viveu em Lisboa antes de fugir para Istambul, que fazia iluminuras, que vendia fruta e era cabalista. 

Era um jovem destroçado pela morte de seu tio, Abraão Zarco, um famoso calabista, provavelmente responsável por algumas obras da Escola Cabalística de Lisboa.

O livro conta a odisseia da família de Berequias Zarco durante os trágicos acontecimentos de Abril de 1506, sobretudo a perseguição que Berequias Zarco moveu ao assassino do seu amado tio Abraão Zarco.

Uma leitura que faz doer, que desassossega. Lembra um tempo da nossa História que, no meu caso,  me envergonha, como português e como católico. A violência e a intolerância religiosa de então provoca hoje um desconforto enorme.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Lídia Jorge e o vale da paixão

Esta é a solução do último problema de Palavras Cruzadas.


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Claro, foi a escritora Lídia Jorge que escreveu o romance "O Vale da Paixão".

Lídia Jorge nasceu em Boliqueime, Algarve, em 1946. Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa, tendo sido professora do Ensino Secundário. Foi nessa condição que passou alguns anos decisivos em Angola e Moçambique, durante o último período da Guerra Colonial.

O seu primeiro romance, "O Dia dos Prodígios" (1980), constituiu um acontecimento num período em que se inaugurava uma nova fase da Literatura Portuguesa.

A publicação das obras seguintes confirmou o destacado lugar desta escritora no panorama das letras portuguesas. Lídia Jorge tem uma vasta obra publicada. Os seus romances encontram-se traduzidos em diversas línguas. Destaque para duas obras:

"A Costa dos Murmúrios" (1988) reflecte a experiência colonial passada em África.

"O Vale da Paixão" (1998) é o seu romance mais premiado. Foi galardoado com o Prémio Dom Dinis da Fundação da Casa de Mateus, o Prémio Bordallo de Literatura da Casa da Imprensa, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio de Ficção do P.E.N. Clube, e em 2000, o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, Escritor Europeu do Ano. 

Em 2006, Lídia Jorge foi distinguida na Alemanha, com a primeira edição do Albatroz, Prémio Internacional de Literatura da Fundação Gunter Grass, atribuído pelo conjunto da sua obra.

O Vale da Paixão” foi um livro que valeu a pena ler!

domingo, 7 de julho de 2013

Palavras Cruzadas com História

A leitura do romance "O Vale da Paixão", inspirou a construção de mais um problema de Palavras Cruzadas, que partilho convosco. 

Depois do problema resolvido, encontrarás, na diagonal, o nome da escritora portuguesa (2 palavras) que escreveu este romance.


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HORIZONTAIS: 1 – (…) Eduarda, personagem de “Os Maias”, de Eça de Queiroz; Franca. 2 – Sentimento de grande rancor e antipatia por alguém; Muçulmanos. 3 – Interjeição que exprime dor, espanto, surpresa ou repugnância [plural]; Dama de companhia; Entreguei. 4 – Cacho de uvas; Tombar. 5 – Lavrara; Dificuldade. 6 – Segmento de curva, especialmente de uma curva [plural]. 7 – Altar cristão; Que ou pessoa que dá. 8 – Nome da nona letra do alfabeto grego, correspondente ao i; Nome colectivo com que se designam as folhas (agulhas) dos pinheiros, depois de secas e caídas no solo. 9Procuradora-Geral da República [sigla]; Poeiras; Gracejas. 10 – Edificar; Nome de um dos contos de “Bichos”, de Miguel Torga. 11 – Repare com solda; Escárnios. 

VERTICAIS: 1 – Dr. (…), personagem de “Aparição”, de Vergílio Ferreira; Veículo automóvel com tracção às quatro rodas, capaz de circular em terrenos difíceis [plural]. 2 – Protelara; Gigante voraz que, nos contos de fadas, come crianças. 3 – Marca; Estante para suporte de livros ou pautas de música, abertos para leitura. 4Intervenção Operacional [sigla]; Indignara; Gadolínio [símbolo químico]. 5 – Estimara; Dê pios. 6 – Voz do gato; Rubor das faces. 7 – Discurso laudatório; Costumes. 8 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de hioide; Ligar pelo casamento; Terceira nota da escala musical. 9 – Incendeies; Resistes. 10Nova Ordem Económica Internacional [sigla]; Com a minha pessoa. 11 – Segurara pela asa; Planos.

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