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sábado, 21 de dezembro de 2013

Vem aí o Natal!...

Poema de Natal

O meu presépio não tem Estrela
nem pastores
nem Reis Magos
e não há musgos verdes e macios
sobre a rocha da gruta.
O meu Presépio não tem flores de papel
nem bonecos de barro
nem casinhas de cartolina.
E não há espelhos a fazer de lagos
nem farinha branca a traçar caminhos.
O meu Presépio não tem luzes de mil cores
nem Anjo de asas de renda
nem um Menino Jesus a sorrir para mim.
Assim era outrora
o meu Presépio na sala toda iluminada
no tempo em que eu usava bibe cor-de-rosa
e duas tranças morenas.

O meu Presépio
agora
tem o tamanho do mundo inteiro
e não tem luzes de mil cores
nem estrelas no azul
e não há bonecos de barro
nem anjos de asas de renda,
mas há noites de angústia
e manhãs sem esperança
em casas feitas de lata,
em casas feitas de caniço.
E há crianças sujas
com um sorriso triste
que me faz doer.
Pudesses voltar!,
Menino Jesus do meu Presépio de criança.

Leonilda Alfarrobinha, in Antologia de Poemas de Natal, de Paula Mateus

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