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sexta-feira, 21 de março de 2014

Dei rosas, recebi pepitas de oiro!…




Dei rosas, recebi pepitas de oiro!…
Há amigos assim. 



Para os braços da minha mãe


Como abraçam tão bem
Os braços da minha mãe!...
E que doçura sagrada
Na volta da vaga estrada?

Vindo do fundo do nada
Volto a casa em duas pernas
Crescendo até ao fim
Da estrada da terra ardente,
Num golpe de asa intenso
Da vontade de chegar.

Chega antes a noite
Em cores de ansiedade
E de pombas e de paz,
Anelo da calma, do lar?

Num tempo longe demais
Surge a saudade de outrora
Arrastando o passado
Da mãe menina encantada,
Da raiz, do imo de mim.

Escada em ponto de fuga
Em busca da lua cheia
Sem apoio que não seja
A esperança que não morre
Na noite de cor ardente?

Mas a noite chega ao fim
Nos braços da mãe em concha

Naquele eterno retorno
Que dá sentido a tudo:
Às perguntas, aos anseios,
À ânsia de transcendência
Ao desejo de infinito?

Que história contada,
(Amante da poesia),
E cantada em cada imagem
De tons, de sons de harmonia!...

António Amaro Rodrigues (20/3/2014)

2 comentários:

  1. Muito bom gosto na escolha da música. Assisti ao vivo no Olga Cadaval à interpretação desta e de mais umas quantas, todas elas formidáveis.

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  2. Maria José, obrigado pelo comentário. Eu devo confessar que não sou um grande entusiasta de Pedro Abrunhosa. Mas gosto muito desta canção, muito intimista, que remete para as nossas mães. Por outro lado, penso que é Pedro Abrunhosa é, neste caso, muito ajudado pelo Camané, um voz cheia de cicatrizes, um registo que me agrada muito.

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