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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Palavras Cruzadas com História

É escritora e professora universitária. Nasceu em Coimbra no ano de 1940. Entre outros prémios literários, recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores, Prémios de Ficção do Pen Clube e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco. 

O seu último romance «é um livro de celebração da vida, dos seus desafios e das suas complexidades». O romance começa com «um cenário de luto, mas que é, na verdade, um olhar penetrante sobre a vida e a sua complexidade, através de personagens de quatro gerações de uma família».

De que escritora portuguesa estamos a falar? Podes saber se resolveres este problema de Palavras Cruzadas. No final, encontrarás, na diagonal, o seu nome (duas palavras).


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HORIZONTAIS: 1 – Transigi; Torrões. 2 – Amargurar [figurado]. 3 – Nióbio [símbolo]; Atraiçoar. 4 – Ave pernalta da África; Organização de Unidade Africana [sigla]; Advérbio que se usa quando se citam textualmente as palavras de um autor. 5 – Armadilha para pássaros; Médio. 6 – Inertes. 7 – Seguro; Paragem. 8 – Vede; Andavam; Sulque. 9 – Ímpar; Atmosfera. 10 – Conjunto de sons agradáveis ao ouvido. 11 – Sacerdote muçulmano; Meninas [Brasil].

VERTICAIS: 1 – Cópia autêntica de intimação judicial para ser entregue à pessoa intimada; Graceja. 2 – Muito [coloquial]; Instituto de Inovação Educacional [sigla]. 3 – Permuta; Nome vulgar de uma das plantas xerófilas, da família das Liliáceas; Ruim. 4 Instituto de Financiamento e Apoio ao Turismo [sigla]; Academia de Ciências de Lisboa [sigla]; E sem. 5 – Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de amor; Canoa estreita, de remos, leve e rápida, de uso nos desportos náuticos. 6 – Mineral pertencente ao grupo das anfíbolas, comum em algumas rochas metamórficas. 7 – Decifre; Considerei. 8 European Agency for Reconstruction [sigla]; Dificuldade; Fecha parcialmente (as asas) para descer mais depressa. 9 – Bromo [símbolo]; Hora de calor mais intenso; Grito de alegria. 10 – Fiada; Mas. 11 – Apenas; Colaboras.

Clique AQUI para imprimir.

Aceito respostas até dia 15 de Junho, no chat do FB ou no meu endereço electrónico: boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos decifradores. Desfrutem o momento!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Um amor feliz


Acabei hoje de ler “Um Amor Feliz”, de David Mourão-Ferreira. Aconteceu-me, com este livro, uma coisa a evitar sempre. Por compromisso com outras leituras, deixei o livro a meio e retomei-o há 3 dias. Mas, esta última parte foi lida de supetão.

O romance tem duas personagens principais: um, é escultor, chama-se Fernão; outro, David, ele próprio, David Mourão-Ferreira. Só o descobrimos perto do final da narrativa. Estes dois personagens são, no fundo, um alter-ego um do outro, são o espelho um do outro. Um aspecto importante a ter em conta: O Fernão, o escultor, é o narrador, omnisciente, é ele, portanto, quem faz correr a narrativa. Eles são, de certo modo, iguais e antagónicos. Por sua vez, o Fernão é um concorrente de David, e ambos são adúlteros.

Para além das citadas personagens, o romance tem mais três personagens. Três mulheres. Há mais, mas estas são as personagens centrais. 

X, nome de mulher, a XÔ que simboliza, talvez, a mulher do passado.

Y, que é figura central do romance, é uma mulher de uma beleza rara, de olhos azuis, muito esbelta, com um cabelo loiro, loiro natural, que o narrador, muitas vezes, descobre como uma escultura de mármore belo, mármore de Vila Viçosa. É a mulher da paixão, é a mulher do amor, de um amor quase psicótico.

Z, a terceira mulher, ZU é aquela que simboliza o futuro.

Mulheres com nomes estranhos (letras do alfabeto) que o autor explica logo ao início, "além de não querer nem poder dizer o seu nome, o nome é o que menos interessa; ou o que menos deveria interessar-nos".

O Fernão, o escultor, é um homem de cerca de 60 anos, a Y é uma mulher de 35 anos, enquanto a ZU é uma jovem mulher de 24 anos.

O amor, neste romance, assume um papel quase psicótico, quase transcendente, que o autor chama "Um Amor Feliz". Amor feliz é a interrogação se de facto o amor é feliz.

Recomendo vivamente a leitura deste romance. Vale a pena ler a prosa e, sobretudo, a poesia de David Mourão-Ferreira!

sábado, 24 de maio de 2014

Guarda-Rios, o irmão poeta de Miguel Torga


Conhecia o Rouxinol de Bernardim, «...se veio apousentar um rouxinol, e começou tão docemente a cantar...». 

Conhecia o Rouxinol de Florbela Espanca, «Toda a noite o rouxinol chorou,/Gemeu, rezou, gritou perdidamente!/Alma de rouxinol, alma de gente,/Tu és talvez alguém que se finou!...». 

E, ainda, o poema “Cantilena”, cujo primeiro verso é “Cortaram as asas ao rouxinol”, escrito por Sebastião da Gama em 25 de Novembro de 1946 e escolhido para o segundo livro do poeta, Cabo da Boa Esperança (1947).

Provavelmente, haverá mais. Mas, o que eu desconhecia, era mesmo o Guarda-Rios, de Miguel Torga. O poeta chama-lhe irmão, irmão poeta. É um poema de início de carreira. onde podemos ver já a capacidade de Torga para entender a divindade natureza. Torga, o autor dos “Bichos”, uma espécie de Arca de Noé, como ele lhe chama, que nos fala de homens que são bichos e de bichos que são humanos. Animais com sentir humano e seres humanos vestidos de animais. E este é o poema que Torga nos fala do irmão poeta Guarda-Rios:

Saudação

Não sei se comes peixes, ou não comes,
Irmão poeta Guarda-Rios:
Sei que tens o céu nas asas e consomes
A força delas a guardar rios.

É que os rios são água em mocidade
Que quer correr o mundo e conhecer;
E é preciso guardar-lhe a tenra idade,
Que a não venham beber ...

Ave com penas de quem guarda um sonho
Líquido, fresco, doce:
No meu livro te ponho,
E eu no teu rio fosse ...

Miguel Torga, in Diário II, Barril de Alva, 28 de Setembro de 1942

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Casa-Museu José Régio, em Vila do Conde


O último fim de semana foi passado na cidade do Porto, que aproveitei para, satisfazendo desejo antigo, dar um salto a Vila do Conde, para visitar a Casa-Museu José Régio. 

A Casa-Museu está instalada na casa onde ele nasceu, mais tarde aumentada. A estrutura da casa foi evoluindo graças à intervenção do poeta, nos últimos anos de vida, adaptando o imóvel aos seus gostos e fazendo dele um cofre para uma parte importante da colecção de arte popular particularmente de temática religiosa. Com as peças que ele foi adquirindo sobretudo durante os 40 anos passados em Portalegre, recheou as suas casas de Vila do Conde e Portalegre, espaços hoje disponíveis ao público.

Visitei a Casa-Museu de Portalegre em Maio de 2011. Não podia faltar à de Vila do Conde. Embora achando a de Portalegre mas rica em espólio, esta visita a Vila do Conde valeu igualmente a pena! 

A visita guiada dura cerca de uma hora, antecedida de um pequeno filme com a duração de cerca de 13 minutos, que passa no auditório da Casa, que permite ao visitante, menos conhecedor da vida e da obra do escritor, um melhor enquadramento para o que se segue. 

José Régio nasceu aqui em Vila do Conde no dia 17 de Setembro de 1901. Viveu grande parte da sua vida em Portalegre, onde foi professor do Liceu desde 1930 até se reformar, em 1962. Desde então, alternou a sua residência entre Vila do Conde e Portalegre, até que, em 1966, após prolongada doença, se instalou definitivamente em Vila do Conde. Faleceu em 22 de Dezembro de 1969, vítima de doença cardíaca.

O nome de José Régio está muito presente na cidade de Vila do Conde. É um filho da terra. Nunca se casou, mas o amor não esteve ausente, como demonstra o seu poema, já célebre, "Soneto de Amor". 

E surpresa das surpresa, já no final da visita, a guia, para reforçar esta ideia, confidenciou que Régio foi pai como indicia o poema, pouco conhecido, “Enterro de Anjinho”. É este:


Enterro de anjinho

Na tarde clara e calma, sorridente
Sob um sol já quase de inverno,
Passa o cortejozinho, aereamente,
A caminho do nada...ou do eterno.

Por cima da Taberna do Maquevo,
Do seu portal, o Tono aleijadinho
Grita lá para dentro, com enlevo:
- Mãe o enterro dum anjinho!

De cetim de algodão barato,
Onde só, ao morrer, o sol põe ricos tons,
O esquifezinho faz pouco aparato,
No maior que uma caixa de bombons.

Mas tem, de roda, um bom galão prateado
Que a pequenina morta admiraria...
E as amiguinhas lá do bairro, ao lado,
Vão a fazer-lhe companhia.

Assearam-nas as mães, com que desvelo!
(Seu vestidinho branco.., o branco é sempre lindo!)
E, flores no braço e laço no cabelo,
Vão quase tristes, e sorrindo.

Só por que alçar-se, à frente, aquela cruz,
Com seus braços no ar a perdoar?
Não foi por anjos que morreu Jesus!
Dá vontade, essa cruz, de blasfemar.

Um homem novo, o pai do anjinho, ao lado,
Mão na mão da mulher, vai sucumbido;
E há no seu modo obtuso e andar pesado
Não sei quê de surpreso e de ofendido.

«A cachopita irá naquela caixa
Que a terra negra vai comer?...»
E em sua testa encarquilhada e baixa
Se lê que ele não pode compreender.

A mãe, seu lenço escuro contra a boca,
Pensa mais coisas, com certeza.
Mas essa, o amor de Deus a toca:
Nem sabe, pois, que pensa, - e chora e reza.

Andorinhas em vésperas de exílio
Riscam no ar ovais vertiginosas,
Festejando a seu modo, diz-se, o idílio
De algumas núpcias venturosas.

E o Zé da Concertina, que é poeta,
E vem dos arredores do cemitério
Com seu sorriso extático e pateta,
Pára, olha tudo, fica sério,

Assim, mui passo a passo, o terno bando
Vai chegando à parede sita e caiada,
Enquanto as andorinhas, doidejando,
Seguem, lá de alto, a caminhada.

Porque não desceis vós, ó andorinhas,
E adormecida, intacta, a não levais,
Já que do céu andais assim vizinhas,
Para as danças de roda celestiais?

Botão de rosa branca fechadinho
Que aprouve à morte vir colher,
Faz dó deitar-se fora aquele anjinho!

E o pobre pai não pode compreender...

José Régio, in “Mas Deus é Grande”


Fica a pergunta. Será mesmo?

terça-feira, 20 de maio de 2014

Palavras Cruzadas com História

CARBÚNCULO” é a palavra que faltava no texto retirado de “Retalhos da Vida de Um Médico, de Fernando Namora, proposto para resolução do passatempo de Palavras Cruzadas, do passado dia 10.

E esta é a solução completa do problema.


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Recebi respostas, por email e no Facebook, de: Aleme, Anjerod, António Amaro, Arnaldo Sarmento, Bábita Marçal, Carlos Costeira, Emanuel Magno, José Bernardo, Manuel Amaro, Mister Miguel, Olidino, Osair Kiesling, Pedro Varandas, Russo e Salete Saraiva. 

Obrigado a todos por participarem. Até breve!