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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O prazer de reler


Acabei de (re)ler Até ao Fim, de Vergílio Ferreira. Pelas minhas contas, pela quarta vez! E não foi por nenhuma razão especial. Apeteceu-me. 

E, todavia, reler não é apenas voltar ao livro. É, para mim, entrar mais profundamente dentro dele. É ser capaz de o observar sem o feitiço do enredo. 

Há livros assim. Sucede com Até ao Fim ou Para Sempre ou Alegria Breve ou Memorial do Convento, que resistem a todas as leituras. E, também, com O Ano da Morte de Ricardo Reis, que já li por três vezes. E, se Deus quiser (quer Saramago concorde ao não com o pedido de ajuda divina), voltarei a ler. Há livros assim.

Mas, reler é o quê? Recordar? Redescobrir? Avivar a memória? Confirmar o que julgámos antes? Ou será, simplesmente, uma perda de tempo?

Afinal, que quero eu dizer? É simples: vale mais reler um livro que julgamos conhecer do princípio ao fim (mesmo correndo o risco de não encontrar mais nada do que o que nos apaixonou no passado) do que arriscar uma novidade prometida que acaba no caixote das ideias.

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