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sábado, 1 de outubro de 2016

Devaneios cruzadísticos - Alberto Caeiro

O homenageado deste mês não existe. Nunca existiu. Bem, a falar a sério, existiu na cabeça do poeta Fernando Pessoa, que lhe deu "vida". Na célebre carta de 13/1/1935 ao seu "prezado Camarada" Adolfo Casais Monteiro, Pessoa escreveu:

«...Num dia em que finalmente desistira – foi em 8 de Março de 1914 – acerquei-me de uma cómoda alta, e, tomando um papel, comecei a escrever, de pé, como escrevo sempre que posso. E escrevi trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase cuja natureza não conseguirei definir. Foi o dia triunfal da minha vida, e nunca poderei ter outro assim...E o que se seguiu foi o aparecimento de alguém em mim, a quem dei desde logo o nome de Alberto Caeiro. Desculpe-me o absurdo da frase: aparecera em mim o meu mestre. Foi essa a sensação imediata que tive. E tanto assim que, escritos que foram esses trinta e tantos poemas...»

Alberto Caeiro, o “poeta das sensações”, nasceu em Lisboa em 1 889, louro, de olhos azuis, estatura média, de saúde frágil, viveu no campo na companhia de uma tia velha, numa quinta do Ribatejo onde pastorava ovelhas. Morreu tuberculoso. Para ele a sua aldeia era o centro do mundo. Deste modo o descreveu Pessoa naquela carta.

A sua poesia é escrita numa linguagem concreta e simples, questiona o modo com que estamos habituados a interpretar a realidade, esquecidos que ela vale por si mesma: “Cada coisa é o que é/ E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra/E quanto isso me basta.”

Rejeitando doutrinas e filosofias, grande parte da sua produção poética foi redigida de rajada em momentos de súbita inspiração, como refere Pessoa na citada carta. Pensar é, para ele, não compreender. Por isso, não crê em nada: limita-se a existir, já que “nada existe, não existe a realidade, apenas a sensação.”

É assim que, neste mês,  convido/desafio os meus amigos a solucionar este passatempo de palavras-cruzadas e, a final, encontrar o primeiro verso (5 palavras todas na horizontal) dum poema de Alberto Caeiro, heterónimo do poeta português Fernando Pessoa. (1888 – 1935).


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HORIZONTAIS: 1 – Movimento longitudinal de balanço de um navio; Existo. 2 – Tolerais; Megabyte [símbolo informático]. 3 – Alguma coisa; Amerício [símbolo químico]; Sequência sem interrupção. 4 – Emitir opinião [coloquial]; Dar à luz; Taxa Referencial [sigla]. 5 – Revelar; Luxúria [figurado]. 6 – O que observa certos preceitos. 7 – Indigna; Singulares. 8 – Rádio [símbolo químico]; Gritos de alegria; Fim. 9 – Aprovam; Terceira nota da escala musical natural; O [arcaico]. 10 – Preposição que introduz expressões que designam origem; Grande quantidade de animais selvagens [plural]. 11 – Remoinho de água [regionalismo]; Favorável para a navegação. 

VERTICAIS: 1 – Vaia; Indignado. 2 – Indemnizei; Desordem [figurado]. 3 – Frâncio [símbolo químico]; Trata por tu [raramente usado]. 4 – Ata; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de vento. 5 – Instrumento com que se encurvam as calhas das linhas férreas; Encostem. 6Extraterrestre [sigla]; Reputadas; Interjeição que exprime espanto. 7 – Desgraçar; Grande quantidade [figurado]. 8 – Ente; Controle. 9 – Encosta a; Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de hióide. 10 – Passar em silêncio; Género [figurado]. 11 – Fecundo; Aparente.



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Aceito respostas até dia 20 de Outubro, por mensagem particular no Facebook ou para o meu endereço electrónico, boavida.joaquim@gmail.com. Em data posterior, apresentarei a solução, assim como os nomes dos participantes.

Vemo-nos em breve? 

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